Taipa
(Barro misturado com grãos de areia e brita, batida a malho, por vezes
apertada entre enxaimeis atravessados de fasquias). Significa um sistema
de construção milenar que perdurou entre nós até
meados deste século na construção de edificações,
principalmente na região do Alentejo e Algarve.
O traço necessá rio à
boa execução de uma massa de taipa, é determinada
empiricamente na região, pela experiência antiga da aplicação
do material. Escolhendo-se as terras, por nem todas possuírem as
propriedades naturais suficientes para o fabrico.
É
formada por terra húmida comprimida entre taipais de madeira desmontáveis,
removidos logo após estar completamente seca, formando assim uma
parede de um material incombustível e isotérmico natural
e particularmente barato.
Como inconvenientes, tem a vulnerabilidade
de ser facilmente atacado por roedores e ser fraco na estabilidade face
a sismos e a esforços laterais provocados pela fluência das
cargas da cobertura. Para contrariar estas fraquezas eram em muitos casos
reforçadas com a introdução de testemunhos ou gigantes.
Por isso não era indicado para a construção de grandes
edifícios.
A taipa só deverį ser rebocada e tratada
com rebocos à base de cal apagada ou por intermédio de uma
caiação directa sobre ela com a intenção de
a proteger das acções atmosféricas, principalmente
da įgua.
Por ser facilmente degradada
pela įgua, só podia ser executada sobre fundações
de alvenaria de pedra ordinária, geralmente em xisto com cerca
de 0,60 m acima do solo, a partir da qual se dava inicio à construção
da parede, evitando assim as humidades ascendentes. |